Tenho refletido muito na necessidade do ser humano em auto afirmar-se constantemente. Do medo que experimentamos, todos nós, de não sermos aceitos e amados e que nos induz a buscar a autoafirmação diante aqueles que dividem conosco a razão de viver.
Fazemos isto tentando mostrar que somos mais inteligentes, mais ricos, mais belos, mais bem informados, mais bem humorados, mais bem relacionados. E tudo isto sempre em relação aos outros.
E não adianta negar. TODOS nós fazemos isto em algum momento. Uns beeem mais, outros menos, mas todos nós (ainda) possuimos esta necessidade, infelizmente. Por mais que não se goste de alguém e tente fingir que não se importa com a opinião dos outros, até nesta atitude estamos tentando provar e afirmar quem somos. Para sermos aceitos e admirados de alguma forma.
Tentar freneticamente mostrar aos outros aquilo que queremos ser. É desta forma que nos "vendemos" e somos aceitos ou não, emitindo ondas cerebrais que atraem experiências que traduzem exatamente aquilo que achamos de nós mesmos.
Estas atitudes, na minha leitura, nascem de nossa insegurança e do nosso medo de não sermos e amados. Acredito que estas ferramentas sejam o nosso "ganha amor", pois é exatamente isto que todo ser vivente neste planeta anseia: amor. Por pior que um indivíduo possa parecer, sempre terá alguém que ele ama plenamente, que vai tocar o seu coração e fazê-lo sentir um amor profundo dentro de sí. A nossa essência é amor e quanto mais nos distanciamos dela, mais nos distanciamos da verdadeira felicidade.
Podemos dizer que a felicidade de uma pessoa está bastante ligada ao amor que ela recebeu e recebe. Acredito que exista uma grande probabilidade de que, se fomos muito amados e aceitos por nossos pais ou por aqueles que acompanharam nossa infância e adolescência (amor verdadeiro, não o sentimento doentio de posse e projeção que alguns pais chamam de amor), vamos nos sentir muito mais felizes e confortáveis em nossa travessia terrestre do que aqueles que não tiveram esta benção e merecimento. É claro que existem as excessões a regra, mas na grande maioria das vezes, aqueles que são tratados com amor e carinho durante seu processo de crescimento, revelam uma maior alegria em estarem vivos e não demonstram a ansiedade crônica de mostrar aos outros o quanto é melhor e maior. Ou seja, estas pessoas foram amadas e amam-se o suficiente e não precisam angustiadamente "ganhar" o amor dos outros.
Agora, raciocinem comigo: se gastamos tanta energia para montar um teatro aos outros daquilo que nem nós temos certeza de que somos, imagina se gastássemos esta mesma energia para resgatar o amor por nós mesmos. Este amor que está aqui dentro, muitas vezes apagado e esquecido, só esperando que a gente adentre este universo profundo a acenda a luz... para que ela nos inunde e nos mostre a verdadeira felicidade. Imagina quão mais realizada e plena seria nossa vida?
Extirpar totalmente as aparências e a angústia gerada para sustentar aos outros aquilo que nem eu mesma tenho certeza de que sou. Esta é minha meta para 2010.
Quero me voltar para dentro e não mais achar nos outros, no mundo externo a mim a razão para minha felicidade ou infelicidade. Estou cansada da minha insegurança, do medo de não agradar, do medo de ser rejeitada e tudo o que implica nestes zilhões de mazelas que não são privilégio meu.
Eu já sei que tudo está em mim, que tudo depende do que trago no coração. E eu já sei como penetrar este vasto universo e livrar-me das milhares de ilusões e armadilhas que me acorrentam neste mundo tão material e denso em que vivo. Através da meditação e visualização positivas, da oração, da educação dos meus sentimentos.
É tão simples mas tão difícil (ainda) racionalizarmos e trazermos para a vida diária. Só que as ferramentas estão todas ao nosso alcance. Basta focar no que é realmente importante.
Beijos amorosos a todos.
Sema