domingo, 20 de julho de 2008

A importância do amor

É bem fácil para alguém julgar uma situação quando está de fora, e este é sempre o nosso primeiro instinto. Acabo de assistir a uma reportagem do Fantástico que me deixou bem chocada e me faz questionar qual será minha postura nas situações difíceis e irritantes que irei me deparar quando tiver meus filhotes. Na onda dos Big Brothers que mostram familias reais que apresentam problemas com filhos rebeldes, o programa desta semana mostrou a luta de uma mãe com a filha rebelde, preguiçosa e mentirosa. A guria é abusada mesmo, atrasa na escola, diz que está estudando e passa o dia inteiro na internet, A mãe berra, surta, entra em desespero, tenta colocar de castigo e a guria nem tchum. Simplesmente a ignora. A mãe se mostra desesperada, sem opção, e o programa coloca as duas em contato com um psicólogo para reaproximação.
E aí vem o meu choque: a mãe, irada com as atitudes espirocadas da filha, não demonstra NENHUMA vontade de reaproximar-se da filha. Na real, ela só quer que a menina se ajeite, se melhore, arrume a casa, levante cedo, seja uma filha certinha como ela quer. Mas carinho, conversa, diálogo, abraços... nem esboço. E como é triste não enxergar amor entre pais e filhos. Nesta acareação feita com os psicólogos, é a filha que propõem uma sessão semanal em que elas iriam contar um pouco das coisas que lhe acontecem, como se pedisse com desespero que a mãe lhe ouvisse sem ataques de histeria e um pouco de carinho. Como essa mãe quer que a filha mude? Por pior que a filha seja, por pior que sejam as suas atitudes, é papel dos pais tratar a questão com amor. E amor não significa permissividade. Amor é exigente também. Ela queixa-se da filha omitir-lhe a verdade o tempo todo. Mas como uma pessoa, uma adolescente, irá confiar em alguém que só berra e tem ataques histéricos? Fiquei pensando, como é fácil exigir que nossos filhos, nossos pais, maridos, amigos, mudem e eximir-se da responsabilidade de fazer algo para modificar a situação. Como é fácil atirar a responsabilidade para o outro. Eu ainda não tenho filhos, mas já tive vários problemas de relacionamento com meus pais e faz algum tempo aprendi o poder regenerativo que o amor possui. Quando resolvemos mudar nossos sentimentos em relação as pessoas que nos incomodam, quando as tratamos com amor e humildade, e não apenas com o orgulho ferido, elas automaticamente mudam sua postura em relação a nós. E as dificuldades diminuem.
Há pouco saiu o resultado da pesquisa realizada pelo Fantástico, questionando de quem seria a culpa desta situação entre mãe e filha. 39% dos internautas apontaram que a culpa seria da filha. Sinceramente não acredito que haja um culpado. A culpa é do desamor. Da dificuldade que as pessoas tem em acreditar que a sua atitude muda sim a atitude do outro. E ao invés de raiva e ressentimento, devemos buscar olhar a todos com olhos de compreensão e carinho. Principalmente aquelas a quem mais amamos.

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